RO, Quinta-feira, 28 de março de 2024, às 21:59



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Tiradentes no cinema, por Humberto Oliveira

Humberto Oliveira*

PORTO VELHO – Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, um dos mais fascinantes personagens da nossa história. Líder da Inconfidência Mineira, acabou traído e condenado a morte. Foi enforcado e teve seu corpo esquartejado e os membros espalhados por vários pontos. A ideia era que a exposição dos restos mortais do alferes e dentista que se transformou em revolucionário, servisse de aviso àqueles com os mesmos ideiais de liberdade e independência. 

21 de abril. A data da execução de Tiradentes se transformaria num dos marcos para a proclamação da independência do Brasil. Hoje, feriado nacional, pelo menos quem aprendeu na escola essa página triste da nossa história, sabe e reconhece a importância de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, o mártir da independência.

Assim como dom Pedro I ou Getúlio Vargas, Tiradentes também teria sua história contada nas telas de cinema. Cito apenas quatro, aliás os mais conhecidos longas sobre tão importante personagem histórico.

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O mais recente, intitulado Joaquim, foi lançado em 2017, com direção de Marcelo Gomes. Em linhas gerais o filme conta o que levou Joaquim José da Silva Xavier, um dentista comum de Minas Gerais, a se tornar Tiradentes, transformando-se em um importante herói e mártir nacional que veio a liderar o levante popular conhecido como a Inconfidência Mineira. Produção correta com atores pouco conhecidos do circuito nacional.

Já o diretor Oswaldo Caldeira escreveu, produziu e dirigiu o ambicioso Tiradentes, tendo como intérprete o ator Humberto Martins, numa escalação no mínimo equivocada.

A trajetória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira, um movimento surgido em Ouro Preto, na bucólica Vila Rica, no ano de 1789. O filme apresenta uma visão da historiografia oficial sobre Tiradentes, de que todos os inconfidentes eram e tinham interesses em comum entre eles: a questão da derrama, o débito para com Portugal. A Inconfidência Mineira foi, ou seria, um movimento elitista.

Além de Martins, o longa conta em seu elenco com  uma plêiade de atores da rede Globo. Adriana Esteves, Marco Ricca. Nem a presença de Paulo Autran salva a produção da mediocridade. Vale assistir por curiosidade.

A filmografia voltada a Tiradentes conta com um longa dirigido pelo cinenovista Joaquim Pedro de Andrade. Estou falando de Os inconfidentes, de 1972 e protagonizado por José Wilker, mestre em interpretar personagens históricos. Basta lembrar que Wilker faria Tenório Cavalcante, em O homem da capa preta. Antônio Conselheiro, no épico Guerra de Canudos, estes dois filmes dirigidos por Sérgio Rezende. O ator interpretou Juscelino Kubitschek, na minissérie televisiva JK. Portanto, o destaque é a atuação de José Wilker, neste drama intimista e bem no estilo do Cinema Novo. Lento, cheio de longos silêncios e focado num grupo de intelectuais e integrantes da elite brasileira que se une para libertar o país da opressão portuguesa. Dos engajados no movimento, Tiradentes é o que está disposto a levar a revolução às últimas consequências.

O diretor se baseou em textos Tomás Antônio Gonzaga e Cecília Meireles, autora do longo poema Romanceiro da Inconfidência. O longa tem música composta por Chico Buarque.

Quatro anos depois chegava às telas mais uma produção sobre Tiradentes. Tendo Adriano Reis como protagonista, O mártir da independência, é mais cinebiografia do alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, célebre personagem do processo de independência brasileira, seguindo a vida desse popular herói nacional desde os primeiros momentos da insurreição comandada por ele até seus últimos dias e sua morte na forca, após ser traído por Silvério dos Reis, inicialmente companheiro de lutas no movimento da Inconfidência.

Com direção de Geraldo Vietri – conhecido autor de telenovelas –  o drama histórico tem no elenco nomes como excelente Laura Cardoso, o saudoso Cláudio Corrêa e Castro, dentre outros. Tanto este como os demais filmes citados podem ser vistos no YouTube.

*É jornalista e cinéfilo






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