PORTO VELHO – Quem passa em frente ao Hospital e Pronto-Socorro João Paulo II normalmente vê diversas ambulâncias com identificação de “n” municípios e isso gera acusações a prefeitos interioranos de promover o que, inclusive quem trabalha na área de saúde chamam de “ambulancioterapia”, cuja tradução é a suspeição que ao invés de cuidar dos doentes em suas cidades despacham e sobrecarregam Porto Velho.
Uma acusação que bem poderia ter outro caminho: à prefeitura de Porto Velho que não mantém um pronto-socorro com autonomia de cirurgias e outros atendimentos que exigem mais do que o fornecido em postos de saúde e nas Upas e, por isso, acabam causando a sobrecarga ao JP II.
O JP II é o que chamam de “hospital de referência”, para o Estado, fazendo parte da estrutura de saúde da Sesau, mas é para lá que vão 80% dos pacientes que procuram atendimento em Porto Velho. Alguns certamente poderiam ajudar a reduzir a quantidade, indo antes aos postos de atendimento do município.
Quem entende de saúde pública sabe que o SUS repassa o valor de 30% dos gastos dos locais de atendimento, uma parcela considerável, mas os restantes 70% ficam sob responsabilidade dos municípios, cujos titulares, numa sequência seguida desde os tempos do Território Federal, que acabou em 1981, preferem passar ao largo do problema que, é preciso ressaltar, não é só da atual administração. Mas a capital precisa de um prefeito que dê o primeiro passo.
Dois ex-secretários de Saúde do Estado, ouvidos pelo site, disseram que várias vezes solicitaram informações aos secretários municipais do setor informações sobre algum projeto que dote Porto Velho dessa estrutura de atendimento, mas não tiveram nem resposta.
O expressaorondonia.com.br já solicitou informações à Coordenação de Comunicação da prefeitura se há no planejamento da atual administração municipal proposta de construção de um pronto socorro do nível do HB, e não tivemos resposta até a manhã desta quinta-feira.
www.expressaorondonia.com.br
