RO, Quinta-feira, 28 de março de 2024, às 11:10



RO, Quinta-feira, 28 de março de 2024, às 11:10


Nem tudo é tragédia na pandemia: números do Covid 19 mostram que situação em Rondônia é melhor que em vários outros Estados

Sérgio Pires

OPINIÃO DE PRIMEIRA – Temos casos em números que ainda não assustam, em Rondônia, porque até agora foram registrados oficialmente apenas 28 pessoas coma doença. Mas a segunda morte oficialmente confirmada, mesmo que de dois anciãos, ambos dentro do principal grupo de risco, são sim fatores preocupantes e que apontam para que os cuidados de prevenção precisam ser mantidos. A notícia chegou num dia em que o Lacen de Rondônia fez 44 testes de casos suspeitos, com apenas um deles, o do taxista morto, com resultado positivo. Há outras boas notícias. Nenhum paciente contaminado está internado. Todos cumprem quarentena em casa. Outra: 742 casos suspeitos já foram descartados. Apenas 18 casos, ainda na fase da suspeita, não foram analisados pelo Lacen. Estamos bem, comparados a outros Estados. Mas precisamos continuar nos cuidando.

SÃO 63 RESPIRADORES E 100 MIL MÁSCARAS

Há vários setores da sociedade, mobilizados, cada um tentando fazer um pouco na guerra contra o coronavírus. O empresariado, através de suas entidades, como Fiero, Instituto Empresarial, Fecomércio, CDL, Sebrae, Sindifisco e pelo menos outras 30 entidades, não só estão lançando uma campanha de conscientização da população para uso de máscara e álcool gel, como estão investindo pesado na proteção aos rondonienses. O grupo já teria comprado pelo menos 63 respiradores, para entregar ao Governo do Estado usar nas UTIs, caso necessário. Além disso, o mesmo grupo já encomendou mais de 100 mil máscaras de proteção, para distribuir gratuitamente à população, principalmente a mais necessitada. O material deve chegar em alguns dias…

- Advertisement -



TEMOS O MENOR NÚMERO DE CASOS DE CORONA DO PAÍS

Não é de graça que os números de pessoas contaminadas com o coronavírus em Rondônia continuam sendo baixos, a tal ponto de sermos, proporcionalmente, o Estado brasileiro onde há o menor número de registros positivos da Covid 19. A verdade é que, desde o final do ano passado, quando a doença ainda sequer tinha chegado ao estágio de risco que se conhece hoje, já havia movimentação aqui, na área da saúde, preocupando as autoridades sobre o que estava por vir. Em janeiro, antes que fosse registrado o primeiro caso no país, Rondônia começava a encomendar respiradores e iniciava o planejamento para ampliar os leitos de UTI. Antes do primeiro caso em Rondônia, o governador Marcos Rocha decretou estado de emergência. Depois da confirmação da chegada do vírus, com a primeira notificação, Rocha fez o primeiro decreto de calamidade pública. Ou seja, Rondônia sempre esteve um passo à frente da grande maioria de outras regiões brasileiras, antevendo a gravidade que a situação poderia atingir. O secretário Fernando Máximo, antes mesmo da doença chegar ao país com alguma força, já andava pela mídia, em todos os níveis, dando entrevistas e orientando a população para começar um isolamento quando poucos falavam nisso, Brasil afora. Foi ele também que, muito antes de outras regiões do país, orientava as pessoas a não trocarem contatos físicos, de não apertar mãos, de não se aglomerar. Sempre um passo à frente. Hoje, temos apenas 28 casos registrados. Desses oito já foram curados e nessa sexta, pelo menos mais dois deixarão a quarentena e estão bem de saúde. Dois idosos morreram, o que é lamentável, mas ambos tinham doenças anteriores com algum nível de gravidade. Em compensação, uma vovó de 70 anos, uma das primeiras a serem contaminadas, sobreviveu após rápida internação e está com a saúde considerada ótima para sua idade. Ela é de Porto Velho, onde 23 dos casos foram registrados.

Os pacientes de Rondônia também estão sendo tratados com cloroquina, igualmente comprada pela Sesau, antes que sumisse do mercado. O tratamento está sendo aplicado em pessoas que já tiveram a contaminação confirmada e, hoje, existe medicamento já disponível para pelo menos mais 300 casos. Em breve, a Secretaria de Saúde terá, no total, mais de 5 mil pílulas de cloroquina, para ser aplicada, caso necessário. Até agora, nenhum dos 60 leitos de UTI já disponíveis estão ocupados. Não há um só caso de internação em Rondônia. Por enquanto, graças a ações rápidas, antecipadas, sempre um passo à frente da doença, Rondônia tem sido um exemplo ao país, a ponto de ser elogiada pelo próprio ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta e de parte da grande mídia nacional. Tomara que continuemos assim até que a crise passe…

O REMÉDIO E A GUERRA IDEOLÓGICA

Por falar em cloroquina, o que se tem a lamentar é que o assunto se tornou também ideológico. Quem é governista e principalmente bolsonarista, apoia o Presidente na sua intenção de produzir o medicamento para distribuir aos atingidos pelo coronavírus. Quem é contra o governo, protesta com veemência contra o uso da droga, porque não haveria qualquer comprovação medica ou científica da sua eficácia. Seria uma besteira, mais uma vez nessa guerra ideológica que está dividindo o país, caso o assunto não envolvesse tantas vidas humanas em risco. É verdade que ainda não há comprovação suficiente de que a cloroquina acaba com o coronavírus. Mas também é verdade que centenas e centenas de pessoas, algumas que estava em estado gravíssimo, ficaram curadas ao usarem o remédio, certamente acompanhado por outras medicações. Ao invés dessa discussão em busca de holofotes dos dois lados do debate, sempre com opiniões exageradas e em alguns casos abusivas, não seria o caso de se pensar antes nos doentes? O mundo todo deve estar assistindo, pasmo, a esse debate idiota, liderado por bolsonaristas de um lado e pela TV Globo e seus aliados do outro, ambos preocupados em ganhar a discussão e muito pouco em salvar vidas. Deviam se envergonhar, todos, mas, é claro, quem ainda tem vergonha na cara nesse Brasil sem cura?

 “TUDO TEM LIMITE”, PROTESTA LAERTE

Já fazia muito tempo que o presidente da Assembleia, Laerte Gomes, não fazia críticas ao governo, ainda mais com a dureza que o fez na última terça-feira, quando bateu duro no DER. Laerte começou criticando o fato do órgão não estar atendendo pedidos da empresa aérea Azul, para resolver problemas no aeroporto de Ji-Paraná. Caso nada seja feito, a cidade ficará sem os voos da empresa. Pior ainda foi o peso das palavras contra o fato do órgão não ter ainda projetos para recuperação das rodovias estaduais destruídas. Fez ainda uma ironia sobre assessores do governo que têm sido substituídos: “esse governo, não entendo. Quando o cara é bom, eles tiram!”. Criticou ainda o fato das rodovias estaduais estarem abandonadas. “Tudo tem limite”, comentou Laerte ao dizer que o coronel Meireles, diretor geral do Dnit “tem que começar a trabalhar de verdade ou pedir para sair”. O tom da crítica, muito forte, surpreendeu pela irritação de Laerte, que, ao menos até agora, tem sido um parceiro importante do Governo Marcos Rocha.

O PARTIDO DO PEIXE QUER SER GRANDE

Era apenas mais um nanico. Agora, uniu três lideranças importantes na Capital e já fala em ser grande, inclusive lançando candidatura própria à Prefeitura de Porto Velho. Lembram do PSC, aquele partido cujo símbolo é um peixe e sempre está ligado a grupos evangélicos? Pois é. O partido agora quer lançar o ex-deputado estadual Edvaldo Soares como o seu nome à sucessão de Hildon Chaves, se as eleições de outubro forem mesmo confirmadas. A união de três grupos evangélicos inclui nomes como o do Pastor Valadares (mais de 20 mil votos como candidato a deputado federal, em 2018) e a vereadora Joelna Holder, que concorrerá à reeleição e que somou quase 3.700 votos para a Câmara Municipal. Habituado, há várias eleições, a ser apenas um coadjuvante, sempre servindo de escada nas alianças com partidos maiores, o Partido Social Cristão quer agora ser protagonista. É mais um grupo político no meio evangélico que não pode ser desconsiderado. As orientações religiosas têm mesmo sido responsáveis pela eleição de grande numero de políticos, como os do atual Republicanos, antigo PRB, ligado diretamente a Igreja Universal.

IEDA CHAVES LIDERA CAMPANHA PRÓ MOTOTAXISTAS

Sem dúvida a categoria dos mototaxistas é uma das mais prejudicadas pelos decretos de calamidade pública em Porto Velho. Sem poderem trabalhar, muitos ficaram sem renda alguma, com famílias inteiras correndo o risco de ver a fome bater em suas portas. Foi para ajudar essa gente toda que a primeira dama de Porto Velho, Ieda Chaves, começou uma grande batalha, com apoio de vários setores da sociedade, para arrecadação de cestas básicas para distribuir a esses profissionais, até que possam voltar a trabalhar. Só nessa quinta, Ieda entregou nada menos do que 225 cestas para membros da categoria que não estão podendo trabalhar. A meta é conseguir pelo menos 300 cestas básicas por semana, até que a crise do coronavírus passe. A primeira dama anuncia vários pontos de arrecadação. “Todas as cestas estão sendo recebidas nos supermercados Irmãos Gonçalves, Araújo, Atacadão e Assaí”, disse dona Ieda. Ela conta que “estamos abordando as pessoas e pedindo ajuda para que possam doar para quem precisa e depois montamos as cestas e escolhemos quem está realmente necessitado”. Os mototaxistas agradeceram o apoio e dona Ieda também agradeceu a todas as pessoas que estão participando na campanha.

ELES SÃO SOLTOS E NÓS PAGAMOS A CONTA

No Rio Grande do Sul, de pouco mais de uma centena de presos soltos por decisão da Justiça, por causa dos riscos do coronavírus na cadeia, aproveitaram muito bem a saída da cadeia. Em torno de 20 por cento deles voltaram a roubar. Dezenas deram endereços falsos, que nunca haviam sido checados antes da soltura. Mais de 50 autorizações de prisão domiciliar foram cassadas pelo Judiciário, já que todos faziam parte de organizações criminosas e foram soltos antes de que essa informação chegasse aos juízes. Um pouco mais ou um pouco menos, o número de bandidos beneficiados com soltura provisória, que deveriam ficar dentro de suas casas, simplesmente somem e voltam a atacar. Pobre da sociedade brasileira, à mercê de leis desse tipo, que facilitam a vida de criminosos e dificultam a nossa, vítimas deles. Até quando facínoras cumprindo pena terão tantos direitos, em detrimento dos direitos daqueles que trabalham, lutam no dia a dia, pagam seus impostos e morrem todos os dias, por decisões como essas, que facilitam a vida desses marginais? Um dia, certamente, isso vai acabar. Ou vamos acabar nós, como povo e como país…

PERGUNTINHA

Se algum dos seus familiares for atingido pelo corona e você tiver que decidir, autorizaria ou não o uso da cloroquina para tentar combater a doença, mesmo sabendo que há riscos de efeitos colaterais?






Outros destaques


+ NOTÍCIAS