RO, Quinta-feira, 28 de março de 2024, às 7:24



RO, Quinta-feira, 28 de março de 2024, às 7:24


MULHERES CANDIDATAS – Maioria no eleitorado, elas são grandes minorias nas urnas, apesar de cotas. Por quê?

PORTO VELHO – É falta de discurso? É erro de planejamento de campanha? É falta de conscientização? No início, quando as mulheres puderam votar no Brasil, 1932, ainda com todas as restrições absurdas a suas participações, ainda era justificável, mas em pleno Século XXI, com tantas mobilizações, de normas que as favorecem, uma pergunta sempre retorna ao final de qualquer eleição que aconteça, e, sempre, há falta de uma resposta convincente.

Por que, com maioria dentre eleitores, elas não conseguem resultados mais expressivos quando as urnas “falam”? Na primeira eleição com direito a cota fixa, de 30% da lista de candidatos de qualquer dos partidos, se considerarmos o que aconteceu em Porto Velho, ainda que o Tribunal Superior Eleitoral tenha feito, praticamente, uma campanha pelo voto na mulher, nem isso surtiu efeito, porque dos 21 vereadores eleitos só há duas mulheres.

- Advertisement -



A falecida deputada estadual, várias vezes e algumas outras prefeita de Espigão do Oeste, dizia que conquistar conquistar o voto feminino era muito mais difícil, quando era uma mulher candidata do que quando era homem que pedia.

Com o presidente Silvernani Santos, cinco das sete mulheres da maior bancada feminina da Assembleia rondoniense: Lúcia Tereza, Marlene Gorayeb, Odaísa Fernandes, Ini Fidelis e Elizabeth Badocha

O expressãorondonia.com.br perguntou a vários dirigentes políticos locais a mesma coisa, incluindo as ex-deputadas Odaísa Fernandes e Nilce Casara, que responderam. O dirigente emedebista José Luiz Lenzi disse: “o voto na mulher é questão de cultura que precisa ser assimilada pelos partidos, e pelo eleitor. No MDB cumprimos a lei tanto na cota de vagas quanto na distribuição das verbas”. Lenzi diz não acreditar que tenha faltado qualidade para as candidatas.

Ex-vereadora, duas vezes deputada estadual, deputada federal, vice-governadora (2003/2007) veterana na política rondoniense desde 1967, Odaísa Fernandes reconhece: “É mais fácil conseguir vota de homens do que das mulheres”. Ela entende ser necessário um processo de conscientização das mulheres. Elas participam de tudo, mas não querem vir para a luta política. Somos nominalmente maioria na lista dos eleitores, mas somos uma minoria bem magra nos parlamentos”.

Em quase 40 anos de existência, somente em uma Legislatura a Assembleia teve 5 deputadas entre seus integrantes

Sexto colocado dentre os 15 candidatos a prefeito da capital, o emedebista Williames Pimentel lembrou que, mesmo com 30%  e recursos, além de uma mídia nacional favorecendo a mulher, na política nota-se um interesse menor do que deveria ser. “Em meu entendimento não adianta querer formar um grupo de candidatas a 60 dias da eleição. Minha sugestão é que os partidos devem iniciar agora uma discussão com suas filiadas visando a disputa de 2022” Nilce Casara foi deputada estadual, assumindo como suplente durante a terceira legislatura da Assembleia Legislativa (1991/95) quando o plenário em algumas fases chegou a ter sete mulheres, a maior bancada – além das cinco eleitas Ini Fidélis, Elizabeth Badocha, Marlene Gorayeb, Lúcia Tereza e Odaísa Fernandes assumiram na suplência Nilce Casara e Ivone Abrão.

Para Nilce Casara, “Não precisamos de cota. Precisamos de coragem e determinação. Precisamos romper o rótulo de não sermos preparadas pra o combate político. Precisamos acreditar em nós  mesmas e despertar nas demais mulheres que, juntas, somos mais fortes.

Ela também entende que “A situação financeira tem que ser repensada. A mulher tem uma diferença do homem. Nós trabalhamos com o coração e emoção. A mulher vê os problemas , com uma visão macro, quer ir na raiz do problema e busca solução. Aí, ela se decepciona e sofre, por que as soluções não são rápidas e não depende só dela. A mulher é  ágil, faz tudo ao mesmo tempo, tem uma dedicação plena em tudo que se propõe em fazer, e fica preocupada com não poder ver cumprido”.

Reeleito vereador, o petebista Alekis Palitot entende que a participação da mulher na política não pode ficar só  no período de eleição, parecendo que elas estão sendo colocadas ali apenas para  para  cumprir tabela, para cumprir a lei. Temos de verificar que ter quantidade muitas vezes não adianta.  A mulher tem de ser motivada a participar e incentivada a vir para o debate político no parlamento”.

O site procurou também a ex-candidata a prefeito Cristiane Lopes que, mesmo dizendo que iria responder não o fez, da mesma forma como o ex-candidato a prefeito pelo PT Cujuí. O site tentou falar com as deputadas federais Mariana Carvalho e Jaqueline Cassol mas não responderam.

www.expressaorondonia.com.br






Outros destaques


+ NOTÍCIAS