RO, Quinta-feira, 28 de março de 2024, às 5:55



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Lote com 2 milhões de vacinas deve chegar hoje da Índia

BRASIL – Chegam hoje ao Brasil o lote de dois milhões de doses prontas da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com a AstraZeneca, produzidas pelo Instituto Serum, da Índia. Entre o prazo anunciado pelo governo federal e a liberação dos imunizantes, cuja confirmação ocorreu no mesmo dia em que um incêndio atingiu o laboratório produtor, há um hiato de uma semana. A previsão, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é de que as vacinas estejam prontas para distribuição amanhã, à tarde.

crédito: AFP

A informação do embarque das doses foi comemorada pelo presidente Jair Bolsonaro, que anunciou, pela conta no Twitter, a chegada do carregamento. A carga será transportada em voo comercial para o Aeroporto de Guarulhos (SP) e seguirá para o aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, na mesma aeronave que havia sido destacada, semana passada, para ir buscar as doses em Mumbai.

Antes de ser distribuída, a Fiocruz, responsável pela produção da vacina no país, fará uma checagem de qualidade e segurança antes de liberar a remessa para os estados, conforme prevêem as normas regulatórias. Os imunizantes passarão, ainda, por uma rotulagem, com etiquetagem das caixas com informações em português.

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“Esse processo acontecerá ao longo da madrugada e na manhã de sábado, e será realizado por equipes treinadas em boas práticas de produção”, informou a fundação. Caberá ao Ministério da Saúde realizar a distribuição, o que deve ocorrer entre amanhã e domingo, segundo a Fiocruz.
Diferentemente da CoronaVac, que precisa guardar metade das doses para a segunda aplicação, a instrução em relação à vacina de Oxford é usar o lote de dois milhões de unidades neste primeiro momento, já que o intervalo entre uma aplicação e outra é de três meses.

Demora

A expectativa do governo federal era começar o programa de imunização na última segunda-feira, com a Oxford/AstraZeneca. Uma operação foi montada no último dia 14 para que um jato cargueiro saísse de Recife para Mumbai assim que o governo indiano desse o sinal verde para a busca das doses. A aeronave deveria partir na noite do dia 15, com previsão de chegada no território indiano no dia seguinte e de retorno ao Brasil no domingo seguinte (17).

Mas foi quando veio a frustração. Apesar de a carga estar pronta, precisava de autorização do governo indiano, que disse que priorizaria o seu próprio programa de imunização. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que o avião sairia em “dois ou três dias”. Autoridades da Índia, porém, afirmaram que houve precipitação por parte do Brasil.

Na última terça-feira, os indianos começaram a exportação das primeiras vacinas contra o novo coronavírus e deixou o Brasil de fora. Os imunizantes seriam enviados a países vizinhos: Butão, Bangladesh, Nepal, Maldivas, Seychelles e Mianmar. Novamente, não houve clareza sobre a não liberação da carga prevista para a Fiocruz, mas, nos bastidores diplomáticos, a decisão não foi apenas estratégica, ao beneficiar a população de países fronteiriços, mas, sobretudo, política.

Isso porque a Índia não teve o apoio do Brasil, no ano passado, quando apresentou à Organização Mundial do Comércio (OMC) um pedido para quebra de patente para produtos relacionados ao combate ao novo coronavírus. O governo federal preferiu se alinhar aos Estados Unidos na questão e a proposta foi derrubada.

Para destravar as doses, autoridades começaram a se movimentar, ultrapassando o governo federal. Encabeçado pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que coordena no Fórum de Governadores a estratégia contra covid-19, o grupo protocolou um ofício ao presidente Jair Bolsonaro solicitando que o governo se empenhasse nas negociações com a Índia.

Pouco antes da divulgação da informação de que as vacinas seriam, finalmente, enviadas ao Brasil, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que ainda não havia data prevista para o recebimento das doses. “Com relação à vinda das vacinas da Índia, as notícias são muito boas, mas não há data exata da decolagem. Ela será dada nos próximos dias. Próximos dias é muito próximo, por causa da posição indiana nesse desenho, não nosso”, disse o ministro.

Pazuello afirmou que o que estava pendente era a liberação do Ministério da Saúde da Índia. “Nós queremos, nós contratamos, nós pagamos, fizemos o empenho, temos o documento de importação e já temos o documento de exportação. É apenas nesse caso, sim, a liberação do Ministério da Saúde indiano que está sendo discutida”, informou. Questionado pelo Correio se o problema era diplomático, o ministro afirmou: “Acho que é só período da vacinação na Índia, mais nada”.

 

 

 

 

Fonte: Correio Braziliense






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