RO, Quarta-feira, 24 de abril de 2024, às 21:31



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Lenha na Fogueira – O desabafo de Flávio Daniel

Zé Katraca

PORTO VELHO – Na coluna de ontem dia 20, fiz elogios ao trio de sambistas Silvia Pinheiro, Waldison Pinheiro e Reginaldo Makumbinha pelas suas participações no programa “Samba à vera” apresentado pela Vera Cruz direto do Rio de Janeiro para o mundo. E mais, achei bacana a Silvia citar em tom de agradecimento o os nomes do Bainha, Silvio Santos e Cabeleira como precursores do samba em Porto Velho. “Esses fizeram muito pelo nosso samba”, disse Silvia à Vera.

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Creio que nem a Silvia, o Waldison e nem o Makumbinha tiveram a intensão de desfazer dos demais sambistas de Porto Velho que de uma maneira ou de outra, também contribuíram para o desenvolvimento do samba em nossa cidade/estado.

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Como foi o caso do meu amigo carnavalesco Flávio Daniel, que indignado com os integrantes da escola de samba Asfaltão me enviou o seguinte texto desabafo:

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Esses “contadores” da história do carnaval de Porto Velho, tipo Makumbinha, Misteira e outros, teimam em omitir o meu nome quando o assunto se refere às escolas de samba.

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Ajudei a escrever dois enredos antológicos que foram eternizados, através do samba de enredo por compositores do naipe de um Silvio Santos.

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Em 1969 fui levado pelo Bainha para um ensaio da escola de samba Os Diplomatas do Samba lá no Danúbio Azul Bailante Clube, lá tive a gratificante oportunidade de conhecer os Mestres, Bola-sete, Cabeleira, Leônidas, Roosevelt, Mário Alfaiate, Seu Dedé, Bizigudo e outros mestres. Gostei e fiquei! Tanto é, que participei desse carnaval desfilando na bateria da escola na avenida Presidente Dutra (descendo) até a 7 de setembro.

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Já no ano seguinte 1970, a convite do Silvio Santos (Zékatraca) fui para Escola de samba Os Pobres do Caiari para ser o Mestre da Bateria, onde tive a oportunidade de conhecer a professora Marize Castiel, Zeca Melo, Neguinha, Vitinho, D. Vitória (do cap. Esron), D. Hilda Maia, Hiran Brito, João Ramiro, Ana Castro, junto com essas lendas participei de muitos carnavais.

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Até que em 1985, tive a oportunidade de escrever junto com a professora Marize Castiel e o arquiteto João Otávio o enredo:

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“Lendas e rendas do Ceará” que o Silvio Santos junto com o Babá eternizou com o samba enredo “Ceará de Iracema”.

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Voltei para os Diplomatas a convite do Leônidas para escrever e tirar do papel o “Simpatia é Quase Amor” junto com o professor Marcos Teixeira que foi convidado por mim para elaborar as fantasias e alegorias do enredo.

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Mais uma vez o nosso Silvio Santos junto com o Torrado compôs o samba enredo que os que gostam de carnaval cantam:

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“Pra amar tem gay”, depois desse enredo, passei a dar a minha colaboração dentro dos barracões ajudando a construir carros alegóricos e alegorias onde fiquei até o ano de 2009.

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Daí sai da cena do carnaval das escolas de samba, e passei a acompanhar no dia 31/12 o bloco Mistura Fina e no primeiro dia de carnaval me visto de palhaço e saio por aí, fazendo o meu carnaval… até quando aguentar.

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Fiz esse pequeno relato para que alguns dos “contadores” da história do carnaval da nossa cidade, lembrarem que quem faz carnaval não é só quem compõe.

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Esse é o desabafo do nosso querido carnavalesco Flávio Daniel.

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Só discordo da posição dele quanto aos sambistas Misteira e Makumbinha, pois tenho certeza que eles não tiveram a intensão de deixar os baluartes do carnaval de escola de samba de Porto Velho fora do contexto.

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Quem assistiu as entrevistas, como eu assisti, viu que os meninos foram pegos de surpresas, pois as perguntas foram feitas de bate pronto e creio que na hora os únicos nomes que eles lembraram foi o meu, do Bainha e do Cabeleira tanto que não citaram sambistas que vivem sempre junto com eles como o Oscar Knight.

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Agora, o Flávio está certo quando diz que sempre é deixado de lado, quando falamos sobre a história do carnaval e das escolas de samba de Porto Velho.

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Daniel, você merece mais destaque sim, principalmente quando o assunto é história das nossas escolas de samba.

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Lembrando que, quando falamos de Ceará de Iracema! Simpatia é quase amor!

Por: Sílvio M. Santos






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