PORTO VELHO – Longe da proposta de seu tema, “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB inicia nesta quarta-feira de “Cinzas” a edição que marca também os 60 anos da ideia promovida por três religiosos, atuando no Rio Grande do Norte, mas não deverá ter festa de aniversário, e certamente seus idealizadores estariam felizes por ver um projeto pequeno ter a alcançado a dimensão que chegou. Mas está envolvido numa polêmica que ameaça a coexistência da Igreja Católica no Brasil.

De qualquer forma, como todos bispos das centenas de dioceses brasileiras, dom Roque Paloshi, arcebispo de Porto velho e toda região do Vale do Jamari, abriu, nesta quarta-feira, 17, às 9 horas, durante uma coletiva no Youtube da Arquidiocese, a Campanha da Fraternidade e o período quaresmal da Igreja Católica.

A Coletiva de Imprensa da Campanha da Fraternidade Ecumênica, contou com a presença de dom Dom Roque Paloschi; Irmã Carmelita Fernande, da Congregação Sagrado Coração do Verbo Encarnado e o pastor Rodrigo de Amurim dos Reis, da Igreja Anglicana no Brasil e Membro do Conselho Regional Ecumenismo – COREC.

Além do tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, a CF 2021 tem como lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade”. Mas, pelo visto, essa unidade pregada pela proposta do tema está difícil, enquanto perdurar a disputa interna, e já bem antiga, dentro da CNBB, entre dois grupos, divididos inclusive por discursos ideológicos. Um deles, em relação à quantidade de católicos certamente o minoritário mas que se entronizou à frente da Conferência há muito tempo, e outro, em dúvida muito mais majoritário que, desde alguns poucos anos, começou a buscar espaço e deixar de ser a “maioria silenciosa”.

O que era antes um discurso meio escondido ganhou força agora. Há lideranças da Igreja Católica orientando os fiéis a não contribuir financeiramente com a Campanha, durante a coleta, este ano marcada para dia 28 de março. E esse movimento vem ganhando força e é uma ameaça real à própria instituição. Um posicionamento que já vem acontecendo há algum tempo, inclusive no exterior, com queixas a respeito da linha adotada pelo papa Francisco relativa a temas discutíveis.

Os críticos ao documento-base da CF 2021 não entendem razões que levaram à CNBB aprovar o documento elaborado pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), do qual a CNBB é parte, que dá como exemplos não citação da Virgem Maria e inserção de casos como da vereadora Marielle Franco e o líder indígena Paulo Paulino. O documento foi pautado pela pastora luterana e ativista pró-legalização do aborto Romi Bencke, incluindo a defesa explícita da população LGBTQI.

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