RO, Sexta-feira, 26 de abril de 2024, às 13:46



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HOSPITAL UNIVERSITÁRIO – Com experiência em HU até no Japão, professor da Unir enumera as vantagens para formandos e para a sociedade

PORTO VELHO – A implantação de um Hospital Universitário pela Universidade Federal de Rondônia (Unir) só trará benefícios para a própria universidade, porque vai permitir uma visão mais próxima de parte da sociedade como, fundamentalmente, permitir ao aluno uma formação melhor. Quem diz isso, fala com conhecimento de causa, porque toda sua formação, até optar também pela docência, participou de cursos sempre em vários HU, o professor e cirurgião Horácio Tamada (*).

Pra ele, há grande importância em que a Unir instale e faça funcionar seu Hospital Universitário, como ele disse em entrevista ao site expressaorondonia.com.br, sempre detalhando as razões de sua adesão, resultado de larga experiência.

IMPORTÂNCIA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

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Os Hospitais Universitários (HU) habitualmente proporcionam um ensino mais sistemático e atualizado. Os professores, preceptores, são capacitados para o ensino e isso exige uma formação pedagógica/capacitação para atender ao indivíduo/aluno em formação. Em um HU, as condutas são todas protocoladas afim de uniformizar as condutas e, depois de um período de tempo, serem analisadas academicamente os resultados obtidos. É um processo contínuo para obter a excelência. Portanto, os HU, são de grande importância para a formação de profissionais de quaisquer das área da saúde e também da área administrativa.

A EXPERIÊNCIA

Eu tive várias experiências em HU, a começar pelo internato e os dois primeiros anos da residência médica. Graduei, em 1982, pela Universidade Federal de Brasília, mais conhecida por UnB, que tem o seu Hospital Universitário, antigo Hospital Presidente Médici. Posteriormente, completei minha residência em cirurgia pediátrica no Hospital de Base do Distrito Federal, em 1987, que é mantida pela Fundação Hospitalar do Distrito Federal. Neste, a assistência predominava sobre o ensino propriamente dito, mas todas as resoluções do MEC eram cumpridas, não deixando a desejar aos HU no quesito ensino. Para os que desejavam a vida acadêmica, havia sim, falta de pesquisas. Como sempre tive em mente uma formação acadêmica formal, consegui uma bolsa de estudo (1987-1992) oferecida pelo MEXT (Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciências e Tecnologia do Japão) no Hospital Universitário de Osaka, Japão, onde obtive o meu grau de PhD em Cirurgia. Muita pesquisa de ciências básicas e aplicadas a realidade assistencial. As pesquisas no Japão, além do suporte governamental, as indústrias também podem firmar parcerias e financiar os projetos. Retornei de lá em abril de 1992 e quase imediatamente estava trabalhando no Hospital Universitário da Santa Casa de Misericórdia (SP) onde permaneci por 15 anos. Em 2005, o Departamento de Medicina da Unir abriu o concurso para docentes na parte pré-clínica em 2005, fiz a prova e, em março de 2006 assumi e desde então estou em Porto Velho.

NO HU O PACIENTE NÃO É COBAIA

Sem dúvida, o maior envolvimento com a pesquisa, faz os pacientes SE sentirem mais úteis, ao contrário do que muitos propagam, que é o medo de servirem como cobaias. Todas as pesquisas são realizadas dentro da ética. Aliás, é bom esclarecer que primeiramente a Comissão de Ética em Pesquisa (CEP) humana do próprio hospital, tem que aprovar para, então, submeter ao crivo de um comitê subordinado ao Ministério da Saúde chamado de sistema CEP/CONEP (Conselho Nacional de Saúde).

A sociedade, sabendo que existe um hospital também dedicado ao estudo, entenderá que sua região está privilegiada com a formação de novos profissionais de excelência e assim terão uma melhor assistência. Além do mais, a população de Rondônia, e sua área de influência assistencial, se sentirá mais segura uma vez que fará parte do SUS, evitando muitos casos de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), tão caro ao povo do ponto de vista financeiro, mas muito mais do ponto de vista familiar/social.

IMPORTÂNCIA DO HU PARA A UNIR

A Unir, como órgão público, tem por visão levar a excelência do estudo ao máximo, sendo sua meta que seus alunos e professores atinjam a excelência e seja a vanguarda do ensino na região. O Hospital Universitário, com sua autonomia, é mais um instrumento para atingir os objetivos propostos, permitindo maior agilidade nas decisões e evitando mudanças de diretorias por vezes traumáticas.

(*) Graduado em Medicina pela Universidade de Brasília (1982), residência medica em Cirurgia Pediatrica no Hospital de Base do Distrito Federal (1987) e Doutorado em Cirurgia –  Osaka (JPN) University Medical School (1992). É Associado da UNIR, médico do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro de Porto Velho, Professor da Faculdades São Lucas. Atua principalmente nos seguintes temas: Segurança do Paciente, Cirurgia Segura, Cirurgia Neonatal, Urológica, Oncológica, Motilidade Intestinal. Pesquisa na área de Malformações Congênitas e Acidentes de Trânsito e Segurança do Paciente. Tese de doutorado em suporte nutricional em cirurgia com ênfase ao uso do zinco e dipeptídeo alanina glutamina na adaptação intestinal na síndrome do intestino curto.

www.expressaorondonia.com.br






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