RONDÔNIA – O Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), já está alinhando estratégias para enfrentar situações parecidas como as que estão ocorrendo em alguns estados vizinhos. Os casos de surtos de dengue, malária, febre amarela, leptospirose, entre outras doenças tropicais, foram discutidos essa semana, durante a reunião do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

A cheia dos rios colabora com o aumento de casos de dengue, malária entre outras doenças tropicais

A pauta em questão preocupa as autoridades nacionais e estaduais, devido ao agravamento do cenário de pandemia no país. O secretário da Saúde, Fernando Máximo, explicou que as orientações do Conselho estão voltadas ao fortalecimento da rede de enfrentamento à Covid-19.

“Estamos nos antecipando para enfrentar as doenças tropicais, o que muito nos preocupa, pois temos visto um grande aumento de casos da Covid-19 em outras regiões”, alertou o secretário.

Além do coronavírus, estados da região Norte, como o Amazonas e Acre, estão sofrendo com enchentes, crise migratória, alagações e o surgimento de surtos de doenças tropicais, o que segundo Caio Nemeth, estrategista de dados, pode ser em breve uma realidade também no Estado de Rondônia e, por isso, requer esforços redobrados nos cuidados de enfrentamento à Covid-19. “Nesse momento, todos nós precisamos ficar atentos e redobrar os cuidados. Estamos analisando a curva dos casos de Covid-19 em outros estados do país e observamos que a maioria dos estados estão registrando aumentos de casos de Covid-19. O cuidado deve ser redobrado, principalmente em regiões que estão enfrentando surtos de doenças tipicamente tropicais, uma vez que alguns sintomas são semelhantes e o tratamento inadequado pode agravar a situação”, explicou.

Doenças como malária, dengue e febre amarela sempre surgem neste período do ano

Outro dado importante a ser destacado, segundo ele, é a relação do consumo de bebidas alcoólicas com o aumento de internações por Covid-19 nos estados, tema este abordado pela consultora nacional da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Ho Yet Li.  “Conforme foi bem esclarecido pela doutora, o aumento de acidentes de trânsito, causados pelo uso de bebidas alcoólicas, sobrecarrega a rede de atendimento, devido a necessidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) para as vítimas de acidentes. Dessa forma, sentimos o impacto no atendimento de pacientes com Covid-19”, ressaltou, Caio Nemeth.

Fernando Máximo enfatizou que a taxa de ocupação de leitos de UTI em Rondônia é de 100%, e que, sem o apoio da população o trabalho de salvar vidas se torna quase impossível. “As doenças tropicais sempre surgem neste período, mas desta vez, o cenário é ainda mais preocupante pelo fato de estarmos lidando com uma pandemia que trouxe várias surpresas, como o surgimento de novas variantes, casos de reinfecção entre outros agravos. Se cada um não fizer a sua parte, o número de mortes será ainda maior”, finalizou Fernando Máximo.

 

 

 

 

Texto: Anayr Celina
Fotos: Daiane Mendonça e Frank Nery

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