RO, Quinta-feira, 18 de abril de 2024, às 23:49



RO, Quinta-feira, 18 de abril de 2024, às 23:49


Educação é o melhor seguro-desemprego! Por M. Thomé*

Marcelo Thomé*

PORTO VELHO – Muito já se falou que, quanto maior a escolaridade média de uma sociedade, maior é o seu Produto Interno Bruto (PIB).

E quando essa escolaridade for comprometida, ainda sem rumo?

A Fiero, com sua participação e responsabilidade com a educação regular e profissional através do Sesi (Serviço Social da Indústria) e do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) contribui há mais de 40 anos com a Educação em Rondônia está muito preocupada com o comprometimento do desenvolvimento intelectual e cognitivo de uma geração que vem se perdendo.

- Advertisement -



A falta de aulas está destruindo essa geração, já que as escolas precisam ficar fechadas e não se busca a maneira colaborativa de encontrar outro caminho.

De modo geral, medidas até agora adotadas no mundo todo trazem consequências a curto, médio e longo prazo. Apesar das boas intenções e da angústia em diminuir a dor das famílias com tantas perdas, o conjunto de medidas sanitárias adotadas tem sido insuficientes para controle do avanço da pandemia.

Em Porto Velho e noutras cidades de Rondônia, muitas pessoas se excedem no comportamento fora de casa, e promovem grandes aglomerações a todo momento.

De outro lado, a economia sofre por causa das medidas restritivas. Impõe-nos restrições e fechamentos que acarretam graves consequências de relação de emprego e geração de riquezas.

Como fica a sobrevivência do tecido empresarial brasileiro?

Neste quinto mês do ano, a maioria das escolas permanece fechada pelo segundo ano consecutivo.

A ausência de aulas presenciais compromete significativamente o aprendizado e a ausência da rotina presencial sinaliza o crescimento exponencial da evasão escolar.

Em seu livro ‘Riqueza das nações’, Adam Smith concebe a educação como capital humano. E no Brasil, a partir da década de 1960, aparecem estudos dedicados a estimar os retornos aos investimentos em educação. Seus resultados são bastante consistentes entre si e não diferem muito daqueles obtidos em outros países.

Seguramente, pessoas com níveis mais altos de educação têm maior probabilidade de receber salários mais elevados.

Esses resultados se repetem ao longo do tempo e mostram que em média, no Brasil, a cada ano adicional de estudo, tem-se acréscimo de renda de mais de 10%. E esse retorno está entre os mais elevados do mundo.

Mesmo assim, a educação não está relacionada apenas à remuneração do indivíduo. Relaciona-se também com o desemprego: em 2002, um indivíduo com nível médio incompleto tinha 17,6% de probabilidade de estar desempregado.

Ao completar o ensino médio, suas chances de desemprego caíam para 10,9%. E caso tivesse o superior incompleto, era de apenas 5,4%. Assim, Educação é também excelente seguro-desemprego. E isso é especialmente importante quando o mercado de trabalho passa por períodos de ajustamento tal qual o Brasil experimentou desde o início da década de 1990.

Mas o que será dos alunos de Rondônia, que há dois anos convivem com escolas fechadas? Eles não têm mais a certeza de se desenvolver no tempo em que esperavam, para inteirar sua formação.

No ano passado, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) divulgou documento com propostas de medidas de prevenção e mitigação da pandemia do coronavírus no contexto de locais que definiam o retorno às aulas.

O primeiro desafio apontado é a manutenção do distanciamento social, pensando-se na reabertura escalonada das escolas, na flexibilização do horário das aulas e na diminuição do número de horas letivas presenciais. Privilegiavam-se as áreas rurais, onde alunos têm mais dificuldade de acompanhar aulas a distância.

E de lá para 2021, estamos nós a ouvir argumentos positivos, denotando que crianças em início do aprendizado requerem mais ajuda dos professores. Já para o Distrito Federal, foi recomendado que as aulas recomeçassem nas séries mais avançadas, sob a alegação de que “adolescentes têm mais condição de respeitar as medidas de prevenção”.

Se o retorno às aulas presenciais for bem conduzido, com os devidos cuidados assépticos e o distanciamento entre as carteiras, nossos estudantes ajudarão suas respectivas escolas a evitar aglomeração de muitos ao mesmo tempo.

Nos diálogos promovidos pelo Movimento Rondônia pela Educação, em que conseguimos fazer uma imersão nas principais lacunas que travam o avanço da melhoria do ensino e pela longa experiência de atuação do Senai, por exemplo, podemos afiançar que educação promove ganho de competitividade e aumento de produtividade as indústrias.

A conclusão é, portanto, que Educação é desenvolvimento.

É o melhor seguro-desemprego!

*É presidente da Federação das Indústrias de Rondônia






Outros destaques


+ NOTÍCIAS