RO, Sexta-feira, 26 de abril de 2024, às 17:05



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EDITORIAL – Aumento de casos tem tudo a ver com descuido, excesso de liberdade e ausência efetiva de fiscalização

PORTO VELHO – Nem os exemplos ruins oriundos da Europa e dos Estados Unidos, e tampouco o que deveríamos ter aprendido quando o covid desembarcou entre nós, resultando, nos cinco primeiros meses de contágio constante em segmentos diversos da população em centenas de mortes, inclusive daqueles que tentaram socorrer os afetados, e muita dor para familiares e amigos dos que se foram.

© Reuters / Ueslei Marcelino /Direitos Reservados

Mas o que se tem visto agora, com o afrouxamento das medidas visando o controle melhor da doença, é que voltaram todos os itens dos cinco primeiros meses do coronavírus. Os mesmos que geraram a situação de horror vivida pela população e o resultado é o avanço paulatino da doença. E não é difícil se ver como, desde realização de bailes diversos, noitadas com bares abertos, pessoas, cada vez em maiores quantidades, andando sem a máscara, ou com ela pendurada no pescoço.

Como da vez anterior, desde março quando surgiu o primeiro decreto “fecha tudo”, até final de setembro, apesar das autoridades saberem que poucos estavam realmente tendo cuidados para evitar a proliferação de casos, que praticamente nenhuma loja está fazendo qualquer tipo de controle sobre entrada e saída de estabelecimentos comerciais. E, afora sucessivos decretos e entrevistas que, em realidade são só monólogos, as nossas autoridades se isentaram das responsabilidades, como se suas obrigações terminassem apenas a cada novo decreto.

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Os exemplos já vêm da fase inicial do “fecha tudo” quando, inclusive, houve citações de que numa pelada no campo do Moto Clube os participantes não teriam se lixado muito com a chegada de uma guarnição da Polícia Militar, porque alguns dos participantes seriam oficiais da corporação; ou de quando vários vídeos viralizaram com festas em casas diversas, inclusive com suspeição de que teria envolvido até uma figura política que está agora na disputa, mas apesar dos reclamos ficou por isso mesmo.

De um lado temos a doença voltando a crescer. De outro, a libertinagem gerada pelas mais diversas desculpas, incluindo o raciocínio de que pode ter havido o tradicional “sabe com quem está falando?” ou, como antigamente diziam com personagens usando o “chá de estrela” para se safar. E conseguiram.

De outro lado a falta de ação da gestão pública que, em determinado momento transformou o problema do covid numa disputa política local, chegou ao ponto em que o prefeito da capital chegou a abrir mão de suas reponsabilidades, delegando ao governador qualquer decisão.

No frigir dos ovos, como dizem no interior amazônico, parece que a porta voltou a ficar aberta ao covid. O que, com certeza, trará mais desculpas de quem tem o dever legal de agir e não o faz.

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