RO, Quinta-feira, 28 de março de 2024, às 18:52



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É SÓ ISSO? – Mais de dois meses depois de tirar os camelôs da Jonatas Pedrosa, população cobra reforma que até agora foi só pintar bancos

PORTO VELHO – “Reforma, aqui?”; “É só isso?”, e por aí afora. Pessoas que passavam pela Praça Jonatas Pedrosa, a mais antiga da capital e que tem como patrono o governador amazonense que em 1914 assinou a lei criando o município de Porto Velho, também não sabiam explicar que tipo de reforma a prefeitura pretende fazer, ou se é só aquilo, restrito à pintura de bancos e das proteções aos canteiros onde antes eram ajardinamentos.

No dia quatro de junho, cumprindo recomendação do Ministério Público, a Prefeitura de Porto Velho solicitou apoio de homens da Polícia Militar e, com um grande aparato de fiscais,operários, caminhões e máquinas, fez a desocupação da praça mais antiga de Porto Velho.

A anunciada reforma praticamente se limitou à pintura de bancos e outros pontos mais, mas nem os postes e suas lâmpadas que imitavam os existentes quando da instalação do município, não foram mexidos. A estátua de Jonatas Pedrosa também continua desparecida – à época em que os camelôs favelizaram a praça havia quem dissesse que fora retirada pela prefeitura, mas outros afirmavam que os camelôs acabaram quebrando.

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Maria Eduarda estava ontem pela manhã indo em direção à agência do Bradesco, que fica bem próxima, e ficou até espantada quando o repórter perguntou o que ela achava da anunciada reforma, prometida pela prefeitura quando mandou retirar o camelódromo, ainda no início da pandemia, retirando da mais antiga praça de Porto Velho a favela em que os ambulantes haviam transformado aquele local.

O desejo manifestado pela população é de que a praça volte a ter canteiros gramados e arborização para o uso comum

Ela contou que morou muitos anos nas proximidades, numa casa na Barão do Rio Branco, e que sempre passa pela praça quando tem de fazer alguma coisa no centro velho da cidade. “Quando o prefeito Mauro Nazif mandou buscar os camelôs onde eles estavam, alegando a enchente de 2014, eu critiquei muito. Sabia que iriam destruir a praça, e foi o que aconteceu, mas também fiquei alegre quando tiraram e anunciaram a reforma, mas o que foi feito é uma vergonha”.

Policiais Militares durante a operação de desocupação da Jonatas Pedrosa, no dia 4 de junho

“A única coisa de boa que fizeram foi acabar com aquela favela onde também havia muita suspeita de tráfico de drogas”, disse um mototaxista que, alegando “temer pela segurança”, não deu seu nome, mas disse que fazia ponto numa parada de mototáxis nas proximidades. “Mas eu pergunto a mim mesmo se essa reforma é só isso”, disse ele, enquanto Jorge Assunção, aposentado que conta a história da velha praça cobrava ao prefeito Hildon Chaves “mais respeito com o patrimônio público e com nossos logradouros”.

A comerciária, desempregada, Helena S. disse que trabalhava numa loja em frente à praça. “Vivíamos com  medo de um assalto, porque o ambiente era muito pesado, mas agora estamos vendo que qualquer dia vai voltar tudo como era”.

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