RO, Sexta-feira, 26 de abril de 2024, às 15:40



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Distanciamento social – 15 dias desde o início da clausura, ruas da capital continuam desertas

PORTO VELHO – Sexta-feira, 7h30 na Avenida Carlos Gomes, entre a Buenos Aires e a Jorge Teixeira, região de escoamento pesado de tráfego no sentido Zona Leste – com mais de 30 bairros – e o centro da cidade. O trânsito de veículos é praticamente zero, apesar de não ser feriado nem período de férias, mas é tempo de “fecha tudo” e de enclausuramento gerado pelo medo da pandemia de coronavírus.

“Uma pessoa que não soubesse o que está acontecendo e chegasse aqui agora poderia vibrar, dizendo que uma cidade com tão pouco tráfego é o ideal para se viver. Mas estamos numa realidade atípica, diferente e que, esperamos, quando for embora, não volte nunca mais”, diz Moacir do Carmo, estudante de Direito em Cuiabá, e que deu um jeito de vir ficar com os pais, pequenos comerciantes naquela região.

O motorista Fernando Paiva resolveu dar férias ao seu trabalho como Uber. “O que estava faturando não dava nem para pagar a despesa. Durante a primeira semana ainda tentei, mas vi que estava pagando para trabalhar, entre gasolina, combustível etc. Preferi parar e esperar. Felizmente não vivo só disso e tenho uma aposentadoria”, disse ele, que mora em outra rua também de tráfego praticamente zero mas que, nos dias de trabalho, fica sobrecarregada no início da manhã e da tarde, Duque de Caxias.

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Para quem mora naquele trecho da Duque de Caxias, entre a Uruguai e a Jorge Teixeira, o movimento também praticamente desapareceu. “Isso aqui desde que abriram para escoar o tráfego da zona Leste, tem formação de engarrafamento, motoristas buzinando, gente xingando. Agora é assim, uma calma só”, como disse a motociclista Ana Jorge, moradora das redondezas e que “estou sobrevivendo à custa de alguns biscates  fazendo entregas, porque empresa onde trabalho parou”.

Mas há quem não esteja reclamando, porque o movimento “até que melhorou um pouco com as pessoas em casa”. É o bananeiro Raimundo Calazans, que há anos circula por ali, vendendo vários tipos de frutas, mas acrescenta: “O ruim é quem tem gente comprando fiado e às vezes pode esquecer de pagar”.






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