PORTO VELHO – Diversidade quer dizer variedade; pluralidade; a junção de características que apresentam inúmeros aspectos diferentes entre si. Por lei, o direito à diversidade é garantido pela Constituição Federal, de acordo com o Art. 5º “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, já a Lei nº 9.459 afirma que serão punidos os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou nacionalidade.
Apesar de garantida por lei, a diversidade ainda não está presente na maioria das empresas brasileiras. Dados do IBGE mostram que a remuneração salarial feminina é 22% menor que a dos homens, e a diferença entre elas chega a 38% em cargos de liderança. Quando falamos de pessoas LGBTQIA+, uma pesquisa mostra que 38% das empresas afirmam que não contratariam colaboradores que possuem relações homoafetivas.
Davi Bastos, advogado especialista em Direito do Trabalho, reforça a importância das empresas estarem atentas para não reproduzirem comportamentos de discriminação.
“Se a empresa em um processo seletivo cometer algum ato discriminatório por sexo, idade, raça, religião, condições de saúde, orientação sexual, opinião política, nacionalidade ou origem social, poderá ser processada no âmbito trabalhista e condenada a título de danos morais.”
Em ambientes hostis onde muitas pessoas sofrem com a discriminação e o preconceito pela diferença de suas identidades de gênero e orientações sexuais, é importante que as empresas fomentem a diversidade através da criação de iniciativas à ascensão, inclusão e o crescimento das minorias, especialmente mulheres, negros e pessoas LGBTQIA+.
Entre os benefícios de fomentar o multiculturalismo dentro das organizações de trabalho, está o incentivo ao respeito, redução de conflitos e a criação de cultura de convivência em que os colaboradores saibam lidar com as diferenças de cada um. Afinal, uma empresa diversa é uma empresa que leva em consideração as habilidades de qualquer profissional, independente de seu gênero, raça, cor, sexualidade, ou outra característica.
Márcio Nogueira é advogado e CEO do Rocha Filho, escritório de advocacia que possui cerca de 70% do time composto por mulheres. Para ele, a diversidade significa a liberdade de expressão.
“Não devemos negligenciar a diversidade no ambiente corporativo, as empresas devem rever seus posicionamentos sobre o colaborador ideal. Pessoas que podem ser quem elas são produzem mais e produzem melhor. A diversidade nas empresas representa muito mais que o respeito às diferenças, ela mostra que as pessoas têm a liberdade de ser quem são.”
O escritório, que atua em toda a Região Norte, possui um ‘Comitê de Diversidade’, criado para promover debates aos colaboradores e à comunidade sobre temas raciais, de inclusão, diversidade e igualdade de gênero.
“Aqui no Rocha Filho Advogados, queremos ver cada vez mais minorias conquistando espaços. 70% do nosso time é composto por mulheres, temos negros e pessoas LGBTQI+ em papéis de liderança. O Comitê de Diversidade foi criado para incentivar e falar sobre essas diferenças, pois entendemos que é preciso mudar esse estereótipo enraizado no ambiente de trabalho. Grandes mudanças acontecem quando decidimos ser disruptivos.”
Fonte: Assessoria
