A pandemia do novo coronavírus transformou até a forma como se faz política no Brasil. Desde o fim de março, a Câmara dos Deputados está com atividades reduzidas e com as sessões deliberativas – aquelas nas quais a presença é obrigatória – feitas de forma remota. Até o fim de agosto, foram 87 encontros (on-line e presenciais) em que os deputados debateram o rumo do país.
Dos 492 parlamentares que trabalharam desde o início do ano legislativo até 31 de agosto, ou seja, não tiveram períodos de afastamento ou licença, apenas 66 não faltaram a nenhuma das sessões realizadas no período. Outros 200 tiveram frequência quase absoluta – somaram uma ou duas ausências cada.
Levantamento feito pelo (M)Dados, equipe de jornalismo de dados do Metrópoles, com base nas atas contidas no Portal da Transparência da Casa, mostra que todas as faltas, justificadas ou não, somam pouco mais de 1,7 mil. Uma média de 20 por encontro. Contadas apenas as sessões antes da pandemia, as ausências chegavam, em média, a 80 por sessão.
Entre os mais ausentes, a deputada Edna Henrique (PSDB-PB) se destaca, com 40 faltas. Depois dela, estão os deputados Arthur Lira (PP-AL), com 28 faltas; Wellington Roberto (PL-PB), com 26; Guilherme Mussi (PP-SP), com 22; e Nilson Pinto (PSDB-PA), com 19. Lira é líder do bloco parlamentar do Centrão e tenta viabilizar candidatura à presidência da Casa.