RO, Terça-feira, 23 de abril de 2024, às 14:56



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Depois de assalto à mão armada na AMI, Sindicato Médico dá ultimato ao Governo e ameaça até parar o atendimento

PORTO VELHO – Depois que médicos enfermeiros e outros profissionais da Saúde que prestam serviço na AMI (uma unidade de terapia intensiva) localizada na zona sul de Porto Velho foram mais uma vez assaltados nesta terça-feira, o Sindicato Médico de Rondônia (Simero) divulgou que tem alertado gestores estaduais e municipais da necessidade de segurança em todas as unidades de saúde da capital e de alguns municípios de Rondônia. As unidades, os servidores e pacientes, apesar dos apelos feitos pelo sindicato, continuam diariamente à mercê de assaltos e da violência.

Os profissionais de saúde que atuam na AMI, onde há 28 leitos para pacientes de UTI, se dividem entre atencão aos pacientes e o medo

Sem segurança institucional, os profissionais de saúde não têm como realizar as consultas com tranquilidade e, eles e os pacientes também estão em risco, não apenas pela pandemia, mas pela insegurança. O Simero exige medidas urgentes e efetivas e vem a público expor as reais condições de trabalho destes profissionais, seja nas unidades públicas ou privadas.

Veja na íntegra a Carta aberta do sindicato Médico de Rondônia à população de Rondônia:

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CARTA ABERTA À POPULAÇÃO DE RONDÔNIA

O Sindicato Médicos de Rondônia (Simero), vem a público externar sua indignação e revolta ao assistir, estarrecido, aos reiterados episódios de assalto e violência contra os servidores e pacientes em atendimento nas unidades de saúde da capital e de alguns municípios do Estado de Rondônia.

O Simero vem desde o ano passado alertando, cobrando e oficiando os gestores estaduais e municipais do Estado, quanto a necessidade de segurança em todas as unidades de saúde.

Não podemos deixar isso acontecer impunemente e sem qualquer providência! Todas as unidades de saúde bem como seus servidores permanecem expostos, indefesos e à mercê da própria sorte, sem qualquer tipo de segurança institucional.

Estamos enfrentando uma pandemia sem precedentes, que não faz distinção de classe social e que atinge toda população.

Contudo, se nem no interior das unidades de saúde os profissionais e cidadãos estão seguros, como poderão realizar suas consultas e tratamento com tranquilidade?

Ressaltamos que todos, sem predileção, podem ser acometidos pelo Covid-19, necessitando dirigir-se à uma unidade de saúde em busca de socorro, onde encontrão, além de tudo, insegurança e pânico devido a total ausência do estado no tocante a garantia mínima de segurança pública.

Já perdemos profissionais da saúde para o Covid-19, tendo contabilizados mais de mil profissionais afastados por causa da doença, o que tem dificultado o trabalho diante do aumento da carga horária individual mas, apesar de tudo, lá estamos nós, os médicos, os enfermeiros, os técnicos e os demais profissionais da saúde, para prestar atendimento ao paciente, arriscando suas vidas para salvar a do povo.

BASTA! Não dá mais!! Precisamos proteger esses profissionais de todas as maneiras, para que continuem trabalhando e cuidando de vidas. Trabalhamos com carga excessiva, expostos ao perigo de contrair doenças e ainda somos assaltados e ameaçados! Não iremos aceitar mais esses absurdos, seja em unidades públicas ou privadas.

Será que teremos que paralisar os atendimentos para nos proteger?

Será que teremos que fechar as portas das unidades para que os criminosos não mais invadam as instalações públicas de saúde?

NÃO MAIS PODEMOS ACEITAR O ABANDONO DO ESTADO E MUNICÍPIO AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE EM PLENO EXERCÍCIO DO SERVIÇO PÚBLICO ESSENCIAL A SOCIEDADE!

Esta carta é um aviso de que não mais aceitaremos assaltos e qualquer tipo de violência nas unidades de saúde. Precisamos de intervenção urgente das autoridades constituídas, nessa pandemia de insegurança.

Exigimos providências imediatas por parte do Governador do Estado, Secretário de Saúde e do secretário de segurança, para que façam gestão de segurança junto as Unidades, implantando viaturas e/ou postos de policiamento no local.

Exigimos medidas URGENTES e EFICIENTES!

Porto Velho/RO, 26 de maio de 2020.

A DIRETORIA






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