RO, Sexta-feira, 19 de abril de 2024, às 0:30



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Cooperativa de Rondônia exporta 640 sacas de café Robusta Amazônico para a Coreia do Sul

Os cafés Robustas Amazônicos produzidos em Rondônia agora avançam para o mundo. Na segunda-feira (15), 640 sacas de Café Robusta Amazônico, produzidos por quatro cafeicultores do Estado, de alta qualidade e com sustentabilidade, foram exportados para a Coreia do Sul (Ásia).

Foram exportadas 640 sacas de café Robusta Amazônico, produzidos por quatro cafeicultores do Estado, de alta qualidade e com sustentabilidade

Os grãos foram enviados em dois contêineres contendo 320 sacas de café de 60 kg cada um. Os cafés saíram pelo Porto do Rio Madeira em Porto Velho-RO e devem chegar no solo asiático em 40 dias. A exportação de café já é realidade em Rondônia e a expectativa é avançar ainda mais.

Esta conquista só foi possível devido ao trabalho realizado em conjunto entre os cafeicultores e o Governo de Rondônia, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Cooperativa de Agricultores Familiares da Amazônia (Lacoop), com a Associação dos Cafeicultores da Região das Matas de Rondônia (Caferon), Emater Rondônia, Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), Sebrae Rondônia, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia (Faperon), Embrapa Rondônia, Ministério da Agricultura (Mapa) e Câmara Setorial do Café que juntos têm o objetivo de fortalecer e incentivar a cadeia produtiva do café a ser destaque nacional e internacional. Ressalta-se que com o apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (Abdi), o Estado está implantando a primeira Identificação Geográfica de Café robusta do mundo, e isso é uma conquista que auxilia na notoriedade dos cafés robustas amazônicos.

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Produtores de café Robusta Amazônico em Cacoal

Essa é a primeira vez que Rondônia exporta um café de boa qualidade, produzido seguindo critérios de sustentabilidade. Os cafés exportados foram colhidos maduros, metade é de cereja descascado e metade de café natural, os grãos foram selecionados com peneiras de 16 e 17 acima (tamanho do grão).

“São cafés que têm no máximo 20 defeitos físicos por amostra, com bebida que pontuou entre 78 e 80 pontos, uma bebida que chamamos de comercial fino, é um café muito bom, está acima dos padrões de mercado do dia a dia. O perfil sensorial é de uma bebida limpa, equilibrada que destaca a doçura e acidez. Especialmente no caso dos cafés naturais, destaca-se um sabor marcante de chocolate e castanhas”, explicou o engenheiro agrônomo da Seagri, Janderson Dalazen que é Q Robusta Grader e provou as amostras.

A exportação para a Coreia do Sul foi organizada pela Lacoop, criada em 27 de março de 2017, em Rolim de Moura, com o intuito de atender os produtores e fortalecer a cafeicultura da região. De acordo com o produtor e presidente da Lacoop, Leandro Dias Martins, a cooperativa separa as amostras de cafés e envia para vários países conhecer o produto Amazônico. Segundo ele, o contrato de exportação para a Ásia foi assinado pela Lacoop em dezembro de 2019.

Os cafés saíram pelo Porto do Rio Madeira em Porto Velho-RO e devem chegar no solo asiático em 40 dias

“Nós assinamos esse primeiro contrato, e com o apoio da Caferon e demais parceiros nós conseguimos entregar o café na qualidade que o mercado internacional precisa. Atualmente temos 28 produtores cooperados. Os cooperados estão aguardando com grandes expectativas esse embarque. A gente espera que esse seja o primeiro de vários embarques com várias qualidades, com várias peneiras. Nosso objetivo é avançar e aumentar nosso conhecimento ainda mais no setor”, disse.

Para enviar os cafés foi utilizado embalagem especial e resistentes dentro da sacaria de junta, para conservar o café e evitar oxidação, variação de temperatura e umidade.

A exportação do café foi auxiliada por um trader, consultor que facilita o desenvolvimento de novos clientes fora do Brasil. De acordo com o consultor de comércio internacional, Cleber Castro, ele oferta os cafés selecionados dos produtores de Rondônia e também faz a organização dos lotes de vários produtores pela cooperativa.

“Nós recebemos as amostras, provamos os cafés e enviamos para os clientes. Quando chega para os clientes finais, eles conferem se o que nós ofertamos está de acordo com a proposta e fazem uma análise sensorial para confirmar se o produto atende a exigência do mercado. Esses primeiros lotes estão indo para a Coreia Do Sul e o cliente tem uma torrefação, cafeterias e distribuição de café verdes”, explicou.

Cleber ainda ressaltou que devido a pandemia, os compradores pararam de visitar as fazendas pessoalmente para provar os cafés e conhecer os cafezais, uma prática comum antes da pandemia. “Depois de passar a pandemia, eles vão voltar a visitar as fazendas, mas por enquanto nós estamos fazendo esse papel”, contou.

Para o produtor de Cacoal, dono de uma parte das sacas exportadas e presidente da Caferon, Juan Travain, essa exportação é fruto do envolvimento de todos os setores da cafeicultura. “O grande diferencial do nosso estado é a união entre o setor e é por isso que hoje estamos avançando”. Nós trabalhamos com café há três anos e hoje nós conseguimos fazer essa exportação devido a amizade da cafeicultura, de pessoas que nos instruíram a fazer qualidade, fazer um produto especial, diferenciado e conquistar mercado para esses produtos especiais. Minha família é muito grata aos produtores, pesquisadores e viveiristas que fizeram esses clones. Nós conseguimos esses produtos com o suor de todos”, declarou Juan.

A expectativa é grande para mais exportações. A cooperativa Lacoop possui amostras aprovadas em mais dois países: Rússia e Itália, e está em negociação com o Estados Unidos (EUA) e Europa. “Nós evoluímos muito na cafeicultura nos últimos sete anos, nós tivemos uma revitalização no setor. Hoje os produtores aplicam tecnologias de ponta e buscam conhecimento na área de produção e qualidade do café. O governo do Estado tem dado todo apoio e precisamos avançar muito mais na desburocratização e estamos buscando a comercialização internacional junto as cooperativas de café. Temos 15 municípios sendo trabalhado com identificação geográfica e isso é um grande avanço. Essa exportação é uma forma de abrir portas, é uma estratégia de abertura de comércios muito importante para o Estado”, destacou o secretário da Seagri, Evandro Padovani.

 

 

 

 

 

Fonte
Texto: Sara Cicera
Fotos: Janderson Dalazen
Secom – Governo de Rondônia






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