RO, Quinta-feira, 25 de abril de 2024, às 7:55



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Carros viram ‘fornos’ no estacionamento desarborizado do CPA; uma Lei municipal proíbe plantar árvores no local, alega a Sugesp. Será?

PORTO VELHO – Quem passa na rua Presidente Dutra, atrás do CPA do Governo, em dia de expediente normal, não deixa de observar duas coisas: a área de estacionamento, que à primeira vista é imensa, e a inexistência de qualquer árvore para amenizar a violência do calor que não é só produzido pelo sol mas, também, pelo que emana do próprio solo asfaltado, somando a temperatura dentro dos veículos e do que fica abafada nos motores do carro. É impossível adentrar ao carro sem ter que esperar alguns minutos com as portas abertas.

expressaorondonia.com.br foi saber por qual motivo inexiste uma única árvore plantada naquele espaço que abriga várias centenas de veículos. A resposta foi bem simples: não pode ser plantadas árvores naquele local, ainda que todos concordem que o calor é imenso, especialmente quando os servidores encerram seus expedientes e vão buscar os veículos, a essa altura transformados em autênticos “fornos”, para irem para suas casas.

Ainda conforme a informação, “no estacionamento do Palácio Rio Madeira, apenas canteiros com grama, mas no entorno do complexo é possível visualizar a arborização”, mas é bom registrar: poucas árvores, só na parte da frente (Rua Farqhuar) numa espécie de alameda a vários blocos daquele complexo.

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Segundo a Sugesp, órgão que atua como uma espécie de prefeitura, responsável pela administração do Palácio Rio Madeira, há uma lei municipal que não permite colocar árvores para abrandar temperatura. “O projeto arquitetônico segue as normas estabelecidas pela legislação municipal, que prevê quantitativo de vagas de estacionamento por pessoa, visando a minimização de impacto no sistema viário”, respondeu o órgão, via whatsapp.

Ainda assim, o número de vagas para veículos, só de funcionários dos vários blocos que funcionam no complexo, é muito menor que a demanda, e nisso não estão incluídos milhares – estimativa próxima a 15 mil pessoas – que todos os dias vão ao CPA, em torno de 3 mil em veículos próprios, o que transforma o ato de estacionar no entorno um exercício de paciência, ou de ganhar na loteria.

LOCALIZAÇÃO INADEQUADA

Obra iniciada no governo Ivo Cassol, o complexo onde funciona a estrutura do CPA foi concluído no Governo Confúcio Moura e colocado em funcionamento. Desde a época da construção já recebeu críticas pela localização, numa área onde já funcionavam diversos prédios públicos, como o Tribunal de Contas do Estado, três membros da “Família dos “S” – Senai, Sesc e Senac, além de três escolas estaduais – “Carmela Dutra”, “Duque de Caxias” e “Castelo Branco”, todos muito antes do CPA começar a ser construído.

Antes do complexo ser inaugurado, foi construída a sede do Poder Judiciário e a do Ministério Público do Trabalho, e mais tarde o da Assembleia Legislativa, este contando com dois andares para estacionamento de veículos – suficientes para que, conforme foi noticiado, a ALE cedesse mais de uma centena de vagas ao TJ.

Em dias de expediente normal, o trânsito naquela área se transforma, como dizem motoristas e pedestres, “num inferno”. Num espaço de poucas quadras circulam mais de 50 mil pessoas todos os dias e passam mais de 40 mil veículos – dos que trabalham na área, dos que vão aos órgãos ali instalados ou os que tenham de passar para se chegar a região central da capital. Especialmente no horário de saída dos funcionários, coincidindo com a entrada de outros funcionários, professores e alunos dos cinco complexos escolares que funcionam ali: o “Carmela”, o “Duque”, o “Castelo” e o “Senai”, que desde a época em que toda a área, desde o ginásio “Cláudio Coutinho” até ao CPA, funcionava há várias décadas o aeroclube, muito antes de qualquer dos novos “vizinhos”, até mesmo o “mais antigo”, o Tribunal de Contas, inaugurado em 1986.






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